Você sabe como está a saúde financeira da sua empresa? Conheça o balanço patrimonial e veja como ele pode ajudar na sua gestão financeira!

 

Sem uma visão clara sobre seus bens, obrigações e patrimônio, muitas organizações acabam passando por dificuldades financeiras. Por isso, uma empresa que deseja garantir sua sustentabilidade e crescimento precisa realizar um balanço patrimonial.

Essa ferramenta contábil é indispensável para entender a real situação financeira do negócio. Com ela, é possível avaliar a viabilidade de novos investimentos, otimizar recursos e até mesmo garantir conformidade com obrigações fiscais.

Mas você sabe exatamente o que é o balanço patrimonial e como utilizá-lo? Neste artigo, vamos explorar esses e outros pontos, com dicas e o passo a passo para implementá-la no sua gestão!

 

 

 

O que é balanço patrimonial?

 

O balanço patrimonial é um relatório contábil que apresenta a posição financeira de uma empresa em um determinado período. Ele fornece um panorama detalhado dos bens, direitos e obrigações da organização, e segue o princípio básico da contabilidade:

 

                                     

 

 

OU seja, o balanço patrimonial mostra de onde vêm os recursos da empresa e como eles são utilizados. Dessa forma, permite que gestores, investidores e demais stakeholders possam realizar um planejamento mais eficiente no negócio e, consequentemente, tomar decisões mais estratégicas.

 

 

 

Qual a importância do balanço patrimonial para a empresa?

 

O balanço patrimonial traz uma visão detalhada do negócio. Porém, sua importância vai muito além de manter as obrigações contábeis e o compliance financeiro. Confira os principais resultados que a ferramenta pode gerar!

 

 

Análise da saúde financeira

 

Com a visão clara da saúde financeira do negócio, o balanço patrimonial permite responder a perguntas importantes para o sucesso da empresa:

 

 

1. A empresa tem mais ativos do que passivos?

 

2. O fluxo de caixa é suficiente para cobrir obrigações de curto e longo prazo?

 

3. Há um nível sustentável de endividamento?

 

 

Perguntas como essas conseguem direcionar ações preventivas para evitar crises financeiras e manter a estabilidade da empresa.

 

 

 

Planejamento estratégico

 

As informações extraídas do relatório permitem definir estratégias financeiras e operacionais com mais facilidade. A empresa consegue aplicar melhor a alocação de recursos para investimentos e identificar áreas que precisam de corte de custos.

 

Em um estoque sem giro rápido, por exemplo, o balanço patrimonial permite criar estratégias para vender produtos parados e equilibrar o fluxo de caixa. Além disso, facilita planos de expansão, fusões e aquisições, pois traz uma redução de riscos.

 

 

 

Captação de investimentos e crédito

 

Bancos, investidores e outras instituições financeiras costumam analisar o balanço patrimonial para avaliar a credibilidade e a capacidade de pagamento da empresa. Isso influencia diretamente em:

 

• Aprovação de empréstimos e financiamentos com melhores condições;

 

• Interesse de investidores que buscam empresas financeiramente saudáveis;

 

• Negociações mais vantajosas com fornecedores e parceiros.

 

 

 

 

Comparação com concorrentes e benchmarking

 

Analisar o balanço patrimonial também permite que a empresa se compare com concorrentes do setor. Ele ajuda em um posicionamento mais competitivo e na adoção de estratégias baseadas nas melhores práticas do setor.

Para isso, permite identificar a eficiência na gestão de recursos em relação a empresas similares, os padrões de rentabilidade e liquidez no mercado, e oportunidades de melhoria na estrutura financeira.

 

 

 

 

Cumprimento de obrigações fiscais e regulatórias

 

 

Empresas, principalmente de médio e grande porte, são obrigadas por lei a apresentar demonstrações financeiras periódicas. Manter o balanço patrimonial atualizado é fundamental para evitar problemas fiscais e manter uma boa reputação no mercado.

 

Nesse sentido, o relatório garante a conformidade com a legislação, a redução de riscos de multas e a transparência na prestação de contas para órgãos reguladores.

 

 

Balanço patrimonial e a legislação brasileira

 

No Brasil, a elaboração e apresentação do balanço patrimonial devem seguir uma série de normas legais e contábeis. Aqui estão alguns pontos relevantes da legislação brasileira sobre o assunto.

Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76)

 

Essa é a principal legislação que rege as sociedades por ações no Brasil. A Lei 6.404/76 exige que as empresas apresentem balanços patrimoniais anuais, que devem ser aprovados em assembleia e registrados na Junta Comercial.

 

Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)

 

As NBCs, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), são um conjunto de regras e diretrizes que regulamentam a prática contábil no Brasil. Elas seguem os princípios contábeis internacionais (IFRS) para garantir que as demonstrações financeiras, incluindo o balanço patrimonial, sejam consistentes e comparáveis.

 

 

 

 

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)

 

O CPC é responsável por emitir pronunciamentos técnicos que regulam a contabilidade no Brasil e garantem o alinhamento dos procedimentos contábeis brasileiros com os padrões internacionais. O CPC 26 trata especificamente das demonstrações contábeis, incluindo o balanço patrimonial.

 

 

 

Impostos e o balanço patrimonial

 

A legislação tributária brasileira também exige que o balanço patrimonial seja ajustado para refletir corretamente as obrigações fiscais, como impostos a pagar e a recuperar. O relatório deve ser utilizado para calcular uma série de indicadores fiscais, como o lucro tributável, e pode ser auditado pela Receita Federal em caso de suspeitas de irregularidades fiscais.

 

 

Obrigações de divulgação e transparência

 

Empresas de capital aberto, que têm ações negociadas na bolsa, devem seguir exigências rigorosas de transparência. O balanço patrimonial, assim como as demais demonstrações financeiras, deve ser auditado por empresas independentes e divulgado publicamente, geralmente trimestralmente.

 

 

Estrutura do balanço patrimonial: ativos, passivos e patrimônio líquido

 

O balanço patrimonial é dividido em três grandes categorias: ativos, passivos e patrimônio líquido.

 

 

Representam tudo o que a empresa possui ou tem direito a receber. São divididos em:

 

• Ativos circulantes, que são recursos de alta liquidez (caixa, bancos, contas a receber e estoques);

 

• Ativos não circulantes, que são bens de longo prazo (imóveis, equipamentos e investimentos).

 

 

São as obrigações financeiras da empresa, classificadas em:

 

1- Passivos circulantes, que são dívidas e obrigações de curto prazo (fornecedores, salários e tributos a pagar);

 

2- Passivos não circulantes, que são compromissos de longo prazo (empréstimos e financiamentos).

 

 

Representa a diferença entre os ativos e os passivos, correspondendo ao capital próprio da empresa.

Exemplo prático de análise do balanço patrimonial

 

 

Para facilitar a compreensão, vamos ver um exemplo simplificado de balanço patrimonial:

 

1- Ativo circulante: 100.000

 

2- Ativo não circulante: 200.000

 

3- Total de ativos: 300.000

 

4- Passivo circulante: 80.000

 

5- Passivo  não circulante: 50.000

 

6- Total de passivos: 130.000

 

7- Patrimônio líquido: 170.000

 

Nesse exemplo, a empresa possui um patrimônio líquido positivo, indicando uma boa saúde financeira.

 

 

 

 

 

Erros comuns ao elaborar um balanço patrimonial

 

Elaborar um balanço patrimonial requer cuidado e atenção aos detalhes. Alguns erros são comuns, principalmente para quem está começando, e podem prejudicar a precisão das informações financeiras. 

 

Classificação incorreta dos ativos e passivos

 

Um erro muito comum é classificar incorretamente ativos ou passivos como circulantes ou não circulantes. Isso pode impactar a análise da liquidez da empresa, já que ativos circulantes costumam ser convertidos em dinheiro dentro de um ano, enquanto os não circulantes são de longo prazo.

 

 

Não considerar os ativos intangíveis

 

Deixar de registrar ativos intangíveis como marcas, patentes ou goodwill (fundo de comércio), pode influenciar a avaliação da empresa. Esses ativos têm valor que devem ser considerados e, por isso, é essencial compilar todos os dados da empresa.

 

Não atualizar corretamente os valores de ativos e passivos

 

Não atualizar os valores dos ativos para refletir sua depreciação ou amortização corretamente pode levar a um valor de patrimônio superestimado ou subestimado. Isso dificulta a avaliação precisa da saúde financeira da empresa.

 

Ignorar o valor real do patrimônio líquido

 

O Patrimônio Líquido é um indicador essencial para mostrar o valor da empresa após descontadas as obrigações. Erros nesse cálculo podem distorcer a visão sobre o valor da empresa.

 

 

Falta de conciliação com documentos fiscais e contábeis

 

Não realizar a conciliação entre os lançamentos do balanço patrimonial e outros documentos contábeis e fiscais da empresa, como o Livro Diário e o Livro Razão, pode gerar divergências nos números. Isso compromete a confiabilidade das informações.

 

Erro na classificação de passivos contingentes

 

Não registrar passivos contingentes corretamente, ou seja, obrigações que podem ou não se realizar, dependendo de um evento futuro pode gerar uma visão incorreta da dívida da empresa. Isso afeta a análise de solvência e o planejamento financeiro.

 

Passo a passo para elaborar um balanço patrimonial

 

Além de evitar os erros comuns, há algumas etapas importantes para criar um balanço patrimonial. Confira um passo a passo para elaborá-lo corretamente.

 

1- Organize a documentação

 

Reúna todos os documentos financeiros necessários, como extratos bancários, relatórios de contas a pagar e a receber, inventário de estoques e registros contábeis.

 

 

2- Liste todos os ativos

Identifique e registre todos os bens e direitos da empresa. Separe os ativos circulantes (de curto prazo) e os não circulantes (de longo prazo) e inclua valores de contas a receber, estoques, investimentos e bens imobilizados.

 

3- Liste os passivos

 

Relacione todas as obrigações financeiras. Categorize-as entre passivos circulantes (curto prazo) e não circulantes (longo prazo) e não se esqueça de incluir despesas operacionais, empréstimos e tributos a pagar.

 

 

4- Calcule o patrimônio líquido

 

Para calcular o patrimônio líquido, aplique a fórmula: 

 

                                                  

 

 

Esse valor representa os recursos próprios da empresa após subtrair as dívidas. Um patrimônio líquido positivo indica boa saúde financeira.

 

5- Revise e ajuste os valores

 

Verifique se todas as contas estão corretamente classificadas e se os valores refletem a realidade da empresa. Correções podem ser necessárias para garantir um balanço preciso.

 

6- Gere relatórios detalhados

 

Além do balanço patrimonial, elabore relatórios financeiros complementares, como DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), para ter uma visão mais ampla da saúde da empresa.

 

7- Analise os resultados

 

Avalie a estrutura financeira da empresa e verifique se há equilíbrio entre ativos e passivos, níveis saudáveis de endividamento e capital suficiente para operações futuras. Compare os resultados com períodos anteriores para detectar tendências financeiras.

 

 

Boas práticas para analisar o balanço patrimonial

 

O passo a passo já vai ajudar a elaborar o seu balanço patrimonial, mas há mais algumas dicas para manter um processo mais transparente e preciso. Para garantir que o relatório seja útil na tomada de decisões, siga as boas práticas a seguir!

 

1- Acompanhe periodicamente

 

Não basta elaborar o balanço uma vez ao ano. Faça análises periódicas (trimestrais ou semestrais) para detectar problemas e oportunidades com antecedência. Isso vai facilitar na hora de criar o relatório final.

 

2- Compare períodos diferentes

 

Acompanhe a evolução do balanço patrimonial ao longo do tempo para identificar padrões de crescimento ou dificuldades recorrentes. Analisar períodos anteriores ajuda a entender a trajetória financeira da empresa.

 

 

3- Utilize indicadores financeiros

 

É importante escolher métricas eficazes para construir o balanço patrimonial. Algumas delas são:

 

Liquidez corrente — avalia se a empresa tem ativos suficientes para cobrir passivos de curto prazo;

 

Endividamento — mede a proporção da dívida em relação ao patrimônio líquido;

 

Rentabilidade — mostra o retorno obtido com os ativos da empresa;

 

Giro de estoque — indica a eficiência na venda de produtos.

 

4- Automatize a gestão contábil com um sistema de gestão financeira

 

 

Softwares de ERP ajudam a automatizar as análises e geram relatórios precisos. É uma forma de reduzir erros, otimizar tempo e garantir maior precisão na contabilidade. Sistemas como o ERP Useall auxiliam na organização dos dados financeiros, facilitando análises detalhadas e reduzindo erros operacionais. 

 

O balanço patrimonial é uma ferramenta essencial para a gestão financeira de qualquer empresa. Com um diagnóstico claro da saúde do negócio, o relatório facilita a tomada de decisões estratégicas, mas é essencial que seja elaborado adequadamente.

Siga o passo a passo e as boas práticas que indicamos para ter sucesso nessa atividade. Para otimizar ainda mais sua gestão financeira, conheça o ERP Useall e automatize seus processos financeiros com mais segurança e agilidade!